sábado, 15 de janeiro de 2011

O pensamento internacional na formação e configuração da Arquivologia como disciplina no Brasil.

A Professora Angélica Alves da Cunha Marques apresentou sua pesquisa de doutorado, em dezembro passado, para os alunos da Disciplina Profissional da Informação, ressaltando os principais avanços posteriores à qualificação e tendo em vista a defesa agendada para 24 de janeiro.

A professora do curso de Arquivologia da UnB disponibilizou o resumo da pesquisa, caso algum aluno tenha  interesse em assitir a defesa.

RESUMO

Esta pesquisa tem como objeto de estudo o pensamento internacional na formação e configuração da Arquivologia como disciplina no Brasil. Aponta como questões centrais: quando e como a Arquivologia teria deixado de ser um simples conjunto de técnicas para a organização empírica de arquivos e teria sido concebida como uma disciplina, com um objeto próprio de estudo; como e em que medida a sistematização e a comunicação do pensamento arquivístico que se desenvolveu ao longo do tempo no mundo, marcadas por algumas tendências históricas, refletiram no desenvolvimento da dessa disciplina científica no País. A hipótese norteadora é a de que a formação e a configuração da Arquivologia como disciplina no cenário brasileiro são reflexos das principais tendências históricas do pensamento arquivístico internacional. Nesse sentido, tem como objetivo geral compreender como esse pensamento perpassa a trajetória da Arquivologia como disciplina científica no Brasil. Como objetivos específicos, identifica: as principais obras e autores que marcaram a sistematização e a comunicação do pensamento arquivístico internacional, ao longo do tempo; as fontes documentais quanto às relações de cooperação, em termos arquivísticos, entre o Brasil e outros países; as principais obras arquivísticas estrangeiras que circulam no País e as suas traduções brasileiras; as principais tendências históricas do pensamento arquivístico internacional que predominam na produção científica relacionada à Arquivologia no Brasil; e os grupos de pesquisa brasileiros que congregam os pesquisadores da área, identificando a sua formação. Caracteriza-se como uma pesquisa descritiva, simultaneamente qualitativa e quantitativa, cujo principal instrumento de coleta de dados são as fontes documentais, mediante análise de conteúdo. O universo da pesquisa contempla as instituições, profissionais, pesquisadores, obras e pesquisas arquivísticas do Brasil, sintonizados com as práticas e teorias da Arquivologia internacional. Os procedimentos metodológicos consistem no levantamento da bibliografia nacional e internacional da área; pesquisa documental no Fundo Arquivo Nacional; levantamento das obras arquivísticas na biblioteca do Arquivo Nacional; mapeamento, na Internet e nas bibliotecas universitárias, dos autores e obras referenciados nas cem dissertações e teses com temáticas relacionadas à Arquivologia produzidas nos Programas de Pós-graduação brasileiros entre 1972 e 2006; e mapeamento dos grupos de pesquisa, com temáticas arquivísticas, no diretório de grupos do CNPq. A análise dos dados dar-se-á à luz do Método da História Cruzada, de Werner e Zimmermann, conjugado com as definições de interdisciplinaridade, multidisciplinaridade, pluridisciplinaridade e transdisciplinaridade (de vários estudiosos); paradigmas, revoluções científicas e comunidade científica, de Kuhn; habitus, campo científico e capital científico, de Bourdieu; campo transcientífico, de Knorr-Cetina; campo dos acontecimentos discursivos, de Foucault; e sistema de profissões, de Abbott.

Postado por Flávia Helena de Oliveira.

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